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Criado por céticos, radicado no pragma, exilado na poesia.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Rio de Janeiro III

Rio de amanheceres oclusos,
de longas noites veladas,
de um louco amor inconcluso,
de tantas cruzes e tantas espadas.

Rio que alimenta meu ego,
que usurpa meus sentimentos.
Ainda que pouco ou mal te enxergo,
faço dos teus ruídos meus acalantos.

Rio de muitas danças e cirandas,
terra de meus nortes e nordestes.
De onde vêm estas mudanças
que propagas sobre minhas vestes?

Rio caudaloso de lapsos,
de tristes e difíceis compassos.
De naus queimadas estás cheio
e podes contar a minha no meio.

Ernesto Molinas
06/07/2011