O tédio de hoje perfura minhas veias,
Atinge o âmbito de minha inconsciência,
E assim, serve de combustível fulgurante
Para um baile de cálidas chamas que
Incinera, uma a uma, minhas pobres virtudes.
Que agora, em cinzas frias e pálidas,
Fertilizam eterna e inutilmente
Um mar sem fim de alienação.
Que a rude sina fraudulenta
de minha musculatura cansada
se deleite com o insólito sabor
do líquido cor de âmbar,
e que esta seja contemplada
dês das velhas e podres tripas
da sociedade doentia que exala
os meus pensamentos;
o seu aroma.
Que o espectro de Pessoa nos traga o desassossego.
Ernesto Molinas
12/09/2006
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