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Criado por céticos, radicado no pragma, exilado na poesia.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A Noite


Um encontro inesperado com a morte
Traria-me respostas às perguntas
Que penso jamais responder.

Um copo trincado me corta os lábios
Como a mais afiada das críticas
Não o pode fazer.

A jovem dama a quem clamo me empena a consciência
Como o mais existencial dos livros
Não pode torcer.

O cansaço me causa uma ebriedade
Que o álcool seria incapaz de prover.

O tédio me destrói a mente de maneira intensa
Como o Alzheimer não poderia comer.

O tempo gasta minha existência
Como a felicidade não seria capaz de entreter.

Esta inútil declaração toma meu tempo
Como a responsabilidade não conseguiria absorver.

A noite caída me traz a realidade à tona
E me lembra que não é hora de sonhar
E sim de viver.

Ernesto Molinas

12/09/2006

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