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Criado por céticos, radicado no pragma, exilado na poesia.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Ao Avesso


Lixo obtuso
De um prolixo discurso,
Palavras vencidas, pena viciada.

Código de barra embaçado,
Produto de supermercado violado,
Crianças em ciranda fechando a emboscada.

Brilhos de plástico ruidoso,
Artigos recicláveis de um pomposo
Resto de vida biodegradada.

Circo de horrores de uma existência decadente,
Listas de presentes que fazem de toda essa gente
Uma inconcebível massa psicanalisada pelo consumo.

Fracos gestos vistos como insumo
De um modelo de vida inoportuno.

Ausência justificada pela solidão.
Ismos, filias e fobias proclamados em vão.

Rugas e contos de avarias.
Desgosto jorrando qual hemorragia.

Conchas polidas depositadas sobre os caráteres;
Caracteres que se repetem sem reproduzir o sentido
Daquilo tudo que veio antes do abismo
Que te trouxe de dentro da realidade.

Ernesto Molinas

0X/12/2008

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