Naquela noite de terra arrasada,
Na noite da alma sebosa,
O terror se opunha a melancolia
Como os porcos a insônia.
Malogrado, com véu e grinalda,
Morrera enforcado Alipinho.
Em certo livro de Nelson Rodrigues
O sangue e a repugna faziam o caldo.
Caldo de cultivo para a insanidade,
O são reconhecimento da realidade.
Vias de difusão de um pensamento
Mal acabado, não absorvido.
O câncer que matara seu pai
É o mesmo que corrói hoje
O abominável nexo do senso-comum.
Que a forca me mate
Antes que este câncer à sociedade.
Ernesto Molinas
30/11/06
Nenhum comentário:
Postar um comentário