Quem sou eu

Minha foto
Criado por céticos, radicado no pragma, exilado na poesia.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Alipinho


Naquela noite de terra arrasada,
Na noite da alma sebosa,
O terror se opunha a melancolia
Como os porcos a insônia.

Malogrado, com véu e grinalda,
Morrera enforcado Alipinho.
Em certo livro de Nelson Rodrigues
O sangue e a repugna faziam o caldo.

Caldo de cultivo para a insanidade,
O são reconhecimento da realidade.
Vias de difusão de um pensamento
Mal acabado, não absorvido.

O câncer que matara seu pai
É o mesmo que corrói hoje
O abominável nexo do senso-comum.

Que a forca me mate
Antes que este câncer à sociedade.

Ernesto Molinas

30/11/06

Nenhum comentário:

Postar um comentário