Tenho saudade dos meus,
Que me corrijam os versos que declamo,
Que me lembrem dos poetas e dos poemas esquecidos,
Que me critiquem os autores confundidos,
Que me acompanharam em coros hedonistas,
Nos porres e na esbórnia das noites surrealistas.
Tenho saudade dos títulos que tenho,
Dos que não tenho, dos textos que tinha.
Dos que tive, mas esqueci, e que hoje temo
Perder de maneira definitiva para a alienação da solidão.
A distância deste exílio voluntário me rói.
Mas é a distancia que sempre persegui e que
Alimenta-me o espírito para ser o que sou,
Para o que quero ser. Para onde quero ir?
Sinto falta dos meus, mas imagino e desejo
Encontrar nestas terras de além mar
Vestígios de gentes como as que deixei
Na outra margem do oceano.
Hoje tenho medo,
Hoje já não sou o que fui
E, justamente por isso,
Continuo sendo eu mesmo.
Ernesto Molinas
16/10/2007
Nenhum comentário:
Postar um comentário