Tenho saudades da aldeia que nunca conheci.
Tenho medo de conhecer o lugar de que tanto me orgulho,
Que a muito procuro e que em vida nunca me encontrarei.
Sou estrangeiro do mundo, filho do nada.
O medo, certo de seu destino, faz-se em sofrimento.
Vivo a eterna iminência do nunca encontrar
A terra, o rio e a aldeia que tanto me fazem bem.
Sou pirata sem porto seguro,
Corsário sem bandeira,
Cavaleiro sem brasão
E servo fiel de patrão algum.
Há muito queimaram minhas naus.
Não tenho bússola, sextante ou carta
Que me levem em direção ao meu povo.
Minha identidade se perdeu na pós-modernidade.
Ernesto Molinas
13/03/2007
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