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Criado por céticos, radicado no pragma, exilado na poesia.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Ave Atque Vale Maria!

Ave atque vale Maria, que hoje estás cheia de graça.
O senhor que é convosco não deve demorar.

Bendita sois vós entre as damas desta noite.
Um futuro aborto, o fruto que levas no ventre.

Ave atque vale Maria, mãe deste pequeno deus,
Livrai-o da crucifixão, da dor deste longo adeus.

O pão que não tens nos teus dias,
Não poder-lhe-as dar, nem hoje, nem amanhã.

Mas antes de ir...

Protegei-me da solidão e consumemos este doce
Pecado, sem medo, sem o enredo da submissão.

Sem culpa, ritos, rezas, imagens ou procissão.
Ideologicamente limpo de conceitos e determinismos.

Repleto de existencialismo, em fuga da alienação.

Ernesto Molinas

24/06/2009

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