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Criado por céticos, radicado no pragma, exilado na poesia.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O Risco da Risca


Mesmo não o vendo, sinto nos olhos o risco
Da risca do horizonte que desapareceu na escuridão.
Sinto a continuidade da Rua Monsenhor Bruno, que, virtual,
Penetra, lenta e cruelmente mar adentro.

Do 18º não sei mais se os capitéis da catedral iluminada rasgam
O céu, a terra ou simplesmente minha inconsciência cristã.

Tal desconhecida e longínqua linha me cheira à criação,
Medo e pena. Ansiedade pela hipótese da preguiça dos deuses,
Ou de Galileu, em trazer outra vez o amanhecer escandaloso.

Impressiona-me que frente à tão ampla visão,
As figuras mais humanas que permeiam minha retinas sejam
Os carros em curtas e rápidas debandadas.

Também disputam em humanidade os sons dos vôos noturnos
Repletos de procedências e destinos desconhecidos.

Quiçá seja por tanta amplitude e desconhecimento que minha visão
Enevoa-se, e o sono implacável mais uma vez me domina.

P.S:

Serenidade de amores vazios
Carência de beijos deslumbrados.
Porquê pelas ruas que passo nada
Deixo, senão a ilusão da eternidade,
Por pouco que dure?

Ernesto Molinas

27/01/2010

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